No fim da vida, a
maioria dos homens percebe, surpresa, que viveu provisoriamente e que as coisas
que largou como sem graça ou sem interesse eram, justamente, a vida. E assim,
traído pela esperança, o homem dança nos braços da morte. – Schopenhauer.
Quando
li essa frase pela primeira vez, no dia 09 de outubro de 2009, comecei o que
chamo de processo de migração para outra percepção em minha vida. Estava eu
lendo o livro, A CURA DE SCHOPENHAUR (Irvin
D. Yalom, mesmo autor de QUANDO NIETZSCHE
CHOROU).
Na
verdade, nunca ceguei a terminar esse livro. Comecei e parei dezenas de vezes e
sempre tentava retomar do início. "tarefa
hercúlea", eu diria, principalmente levando em consideração que
naquele ano, eu começava uma jornada de trabalho maluca.
É
exatamente por achar que aquela rotina louca poderia ter levado minha vida (eu
trabalhava em praticamente em três lugares ao mesmo tempo, digo ao mesmo tempo
mesmo, pois saía correndo de um local para outro e fazia minhas refeições dentro
do carro), que lembrei da frase vivendo provisoriamente e que
as coisas que largou como sem graça ou sem interesse eram, justamente, a vida.
E assim, traído pela esperança, o homem dança nos braços da morte.
Ao
pegar o livro à mãos nesse momento me deparo com a seguinte questão: eu
deveria, finalmente terminar de ler o mesmo? Logo agora, que estou bem demais. Não
tenho as mesmas preocupações nem mesmo um décimo dos problemas que tinha. Será que,
se retomasse a leitura, eu teria clima para entender essa obra? Para quem não sabe,
a obra é sobre “Julius Hertzfeld, alterego do escritor, que é surpreendido, aos
65 anos, com a notícia de que está prestes a morrer, após o diagnóstico de um
câncer sem cura. Do ponto de vista da medicina ele tem apenas mais um ano de
vida”.
Não,
não estou doente, pelo contrário, estou cheio de saúde e transbordando
felicidade! Me livrei de todo o “mal que me circo rondava”, se é que isso faz
algum sentindo. Só vejo, com outros olhos, o quanto é verdade: é só nos braços
da morte que os homens percebem que tudo que é vida, foi deixado para traz pela
cegueira de outro momento.
Fazer
o que gosto é de extrema importância, mesmo que os outros não entendem que
aquilo que você está fazendo é o que, de fato, te faz feliz. A mi me gusta viajar y conocer lugares,
culturas y gentes diferentes. Então a
cura para quem não escrevia há tempos, é voltar a escrever!
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