SOBRE O BLOGUEIRO

Sou um Beatlemaniaco. Tudo começa assim... Fiquei reprovado duas vezes no Mobral, mas nunca desisti. Hoje, sou doutor em Parapsicologia formado na mesma turma do Padre Quevedo; sou antropólogo e sociólogo formado, com honra, em cursos por correspondência pelo Instituto Universal Brasileiro. Em minha vasta carreira acadêmica também frequentei até o nono ano de Medicina Cibernética, Letras Explosivas, Química da Pesada, Direito Irregularmente torto e assisti a quase todas as aulas do Telecurso 2000 repetidas vezes até desistir de vez. Minha maior descoberta foi uma fábrica secreta de cogumelos venenosos comestíveis no meio da Amazônia Boreal. Já tive duas bandas de Rock que nunca tocaram uma música se quer. Comi duas vezes, quando criança, caspas gigantes da China pensando que era merda amarela. Depois de tudo isso, tornei-me blogueiro. Se eu posso, você pode também. Sou um homem de muita opinião e isso desagrada muita gente. Os temas postados aqui objetivam enfurecer um bom número de cidadãos.

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sábado, 9 de março de 2013

Crônicas portuguesas de um lugar chamado Setúbal.


Setúbal d'outros tempos


O tempo me destruiu/ O tempo me profanou/ E houve alguém que me enganou/ Prometeu e não cumpriu!/ O tempo é que permitiu/ Toda a minha infelicidade/ O interesse e a impiedade/ Fizeram de mim curral/ Tem sido todo o meu mal/ O tempo e a falsidade!



Nem preciso dizer que essa escultura foi feita para o escritor brasileiro Olavo Bilac, preciso?  Só à título de informação, o Olavo Bilac foi um dos membros fundadores da nossa academia brasileira de Letras. Seu nome completo era Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac. Ele nasceu e morreu no Rio de Janeiro. Recomendo aqui a leitura de seu poema "Língua Portuguesa". "Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura. A bruta mina entre os cascalhos vela… Amo-te assim, desconhecida e obscura..." (Procurem o resto no Google).


Bem, é aquela famosa, "até agora não vi nada, vou tirar foto de tudo". Como faz tempo na minha vida que não vejo ninguém mais jogando futebol despretensiosamente no meio das praças, que resolvi tirar uma foto. Ao fundo, dois jovens batem bola.


Tranquilidade evidenciada pelas aves no lago. Vocês não imaginam o quanto foi difícil conseguir fazer uma senhora tirar essa foto. Não que tenha algum segredo, mas porque ela não parava de tremer. O povo português tem essa característica de ter medo de não agradar. Não sei explicar muito bem, mas acho que é mesmo uma baixa auto-estima muito elevada. Eles ficam o tempo todo perguntando se está tudo certo, se é assim e por aí vai... 


Enquanto em Portugal, mais uma vez eu resolvi procurar novos destinos. Não queria ficar igual à cachorro: dando voltas em torno do próprio rabo. Como já havia estado em naquele país no ano anterior, resolvi me aventurar em cidades que ficassem ao redor de Lisboa, antes de pegar o avião para Dublin. (fiquei em Portugal por três dias antes de partir para a Irlanda e depois voltei para ficar mais oito dias).


Setúbal foi o destino. Uma cidade com um ar meio poético. Foi uma correria. Peguei um trem de Lisboa para Setúbal e tinha poucas horas para conhecer o máximo que poderia. Dentro do trem fui traçando minhas metas.


Essa imagem resume bem a ideia que criei de Setúbal. Pessoas que ainda conversam do lado de fora da calçada, sem medo de bandidos... Tirei várias fotos desse local. Não lembro de ter visto algo tão simples e ao mesmo tempo tão legal. Passa mesmo aquela visão de que o tempo não importa muito. Coisa bem bucólica, coisas de poetas. 

Em algum instituto para idosos. Setúbal parece ser um local para se passar a velhice. Isso não tem nenhum argumento ou estudo aprofundado de minha parte, apenas a impressão que tenho, achismo mesmo, pois vi vários senhores e senhoras, mais homens do que mulheres, sentados nas praças curtindo a vida de forma lenta, sem pressa alguma. Talvez o tempo da correria já tenha passado.

Engraçado vê isso no meio da rua. Passa a boa impressão de que o tempo não passou muito por lá. Ver crianças não é uma coisa muito fácil em Portugal. O país é considerado um lugar de gente velha. Se não foi possível ver quase nenhuma criança, vestígios delas não faltam. 

No que podemos chamar de centro comercial, parei para registrar um pouco dessa atividade na cidade. Confesso que quase nem vi muito movimento. Acredito que conseguir emprego na cidade esteja muito difícil mesmo esses dias. Como sou muito observador, fiquei vendo se as pessoas paravam para comer dentro dos estabelecimentos, mas o que via mesmo eram pessoas com sacolas na mão com comida, provavelmente levando para casa. (Em inglês britânico, dizemos have a Take-away)



Tudo tranquilo até o cair da noite. De Setúbal segui para a Península de Tróia. Infelizmente, não havia muito o que se fazer do outro lado. Atravessei em um barco para nada. Como estava no inverno e Portugal é um dos países que mais sofrem com a atual crise econômica, quase não vi ninguém. Basicamente estava um local mais pra pescadores.

Como atravessar para o outro lado, amigos? Isso mesmo, lá vamos nós se aventurar na água. Demorou cerca de 15 minutos para chegar à Península de Troia.  (Tenho que dizer península, porque chamei de ilha e um português quase me engoliu)  


Corri para visitar os pontos que julguei mais interessantes e voltei para Lisboa lá para as 9 horas da noite. Ufa! Deu sim para visitar todos os lugares que planejei. Um dia foi o suficiente.


Momento engraçado é que quando perguntei por uma direção (não lembro o local no momento) o senhor perguntou: “Está à cavalo?”. Acho que ele quis dizer se eu estava de carro, ou melhor, queria saber se eu estava à pé. Coisas do velho português de Portugal. De toda forma, a língua falada em Setúbal é bem mais fácil de entender do que a de Lisboa, para quem tem os primeiros contatos. É tudo português, é verdade, mas as variações fonéticas são diferentes. 


Foi um trabalho para conseguir esse sanduíche  Não que eu não tivesse entendo o que o cara estava dizendo, mas porque eu não sabia o que era o que ele estava dizendo. era algum tipo de pescado... Eu acho. Comi e não morri, estava bom. Do outro lado, a velha cerveja.  (Península de Troia). 

Dentro da casa de Bocage, poeta português. Hoje o local é uma espécia de museu. Fui muito bem tratado e um tremendo de um fora da lei. Tirei várias fotos e dentre elas algumas que não são nem permitidas. Existe uma coleção de câmeras fotográficas antigas, que não se pode fotografar, mas pedi insistentemente que acabei recebendo autorização. A casa é simples e, segundo a senhora que me apresentou tudo, essa mesa e as cadeiras não são do tempo do escritor, são réplicas. Estou me referindo a mesa preta aí da foto. 
Vitória de Setúbal é o nome do time da cidade. Outra curiosidade em relação ao futebol é que José Mourinho, hoje técnico do Real Madrid da Espanha, nasceu aqui. Não, não estou dizendo que ele nasceu dentro da loja do clube, mas na cidade.
 

Em algum lugar em Setúbal. Já não lembro bem o nome desse local.

Objetos de dentro da casa de Bocage.


Trem que peguei de Lisboa para Setúbal e fiz o caminho inverso. 

Coleção de câmeras fotográficas antigas. Tirei várias fotos, mesmo sem permissão. Ainda fiz pose tipo, "Tô nem aí!". Legal poder ver a evolução dessas coisas. Olha o tamanho dessas câmeras! Achei que isso nunca tinha realmente existido. Só tinha vista isso no seriado Chaves. 

Nunca vi um cassino vazio em minha vida. Bom, pelo menos não tinha visto até então. E olha que conheço muitos. Quase um para cada país onde já estive. Como não tinha nada na Península de Troia, resolvi entrar, urinar e sair nesse cassino. 

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