SOBRE O BLOGUEIRO

Sou um Beatlemaniaco. Tudo começa assim... Fiquei reprovado duas vezes no Mobral, mas nunca desisti. Hoje, sou doutor em Parapsicologia formado na mesma turma do Padre Quevedo; sou antropólogo e sociólogo formado, com honra, em cursos por correspondência pelo Instituto Universal Brasileiro. Em minha vasta carreira acadêmica também frequentei até o nono ano de Medicina Cibernética, Letras Explosivas, Química da Pesada, Direito Irregularmente torto e assisti a quase todas as aulas do Telecurso 2000 repetidas vezes até desistir de vez. Minha maior descoberta foi uma fábrica secreta de cogumelos venenosos comestíveis no meio da Amazônia Boreal. Já tive duas bandas de Rock que nunca tocaram uma música se quer. Comi duas vezes, quando criança, caspas gigantes da China pensando que era merda amarela. Depois de tudo isso, tornei-me blogueiro. Se eu posso, você pode também. Sou um homem de muita opinião e isso desagrada muita gente. Os temas postados aqui objetivam enfurecer um bom número de cidadãos.

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

PUC Minas anuncia gratuidade para futuros professores.

Lembro-me aqui de uma conversa que tive, no Facebook, com um ex-professor. Na época, eu dizia que as licenciaturas iriam se acabar no Brasil e ele me chamou de louco – sempre haverá gente para cursar tais disciplinas.

Claro, gente que nunca aprendeu a ver o mundo com um olhar mais crítico (defende as ideias baseadas em politicagem) não pode entender, e menos ainda, respeitar a opinião alheia.

Não volto atrás nessa opinião, já voltei em várias na minha vida, mas quem quer ser professor nesse país? Já viram as vantagens e facilidades que outras áreas têm? Já ouviram falar dos programas do Governo Federal?  

Um engenheiro da Petrobras ganha, em média, 12 mil reais por mês, e ainda tem outras vantagens. Alguns professores da rede pública (em todas as esferas) e privada ganham 12 mil reais por ano.


As lições que tiro de tudo isso são bem simples: perdi meu tempo discutindo com um animal que não sabe de nada (ele mesmo se auto intitula ex-professor) e a segunda é que estou (infelizmente) certo: NÃO TEREMOS MAIS JOVENS PROFESSORES POR VOCAÇÃO.  


A pergunta continua: quem ainda quer cursar uma licenciatura?

Com a resposta, um especialista (Acredito que esse nunca será tido como louco):


Imagem criada por Pawla Kuczynskiego



No fim de semana, mais de 7 milhões de estudantes irão fazer o maior vestibular do país, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e concorrer a uma vaga no ensino superior. São alunos que querem ser bacharéis em direito, comunicação, engenharia, entre outros. Poucos, no entanto, têm como perspectiva cursar licenciaturas, cursos que formam professores da educação básica. O Censo da Educação Superior, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), mostra o que especialistas preveem como alarmante num futuro próximo. O baixo interesse dos vestibulandos pode resultar em salas de aula vazias e já gera mudanças em instituições de ensino, como a PUC Minas, para tentar atrair estudantes.


Em Minas Gerais, o número de matrículas em licenciatura teve o menor aumento (1,8%) em relação a bacharelado (5,9%) e tecnólogo (4%). A comparação foi feita entre 2011 e 2012. A estimativa do MEC é de que hoje faltam 170 mil professores de matemática, física e química nos ensinos fundamental e médio no país. O ministério esclarece que as aulas estão sendo ministradas, mas por profissionais não licenciados, ou seja, um engenheiro designado para dar aulas de física ou química, um professor de física para preencher a necessidade de um de matemática.

Percebendo que a situação começa a ficar insustentável, a PUC Minas elabora plano para tentar levar interessados na profissão para as graduações. O principal ponto é oferecer bolsas integrais para quem for aprovado nos cursos de ciências biológicas, ciências sociais, educação física, filosofia, física, geografia, história, matemática, letras e pedagogia. Para cada curso, serão oferecidas, já a partir de fevereiro de 2014, 30 bolsas de estudo. Hoje, segundo o reitor dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, a média é de que, a cada 60 vagas ofertadas por semestre, apenas 20 aprovados façam a matrícula. Em todo o decorrer do curso até a formatura, o problema permanece. A média de ocupação no Instituto de Ciências Humanas é de 25% do total de 480 alunos que deveria ter, considerando oito semestres para completar cada curso. A situação mais preocupante é na matemática e física, que não chegam a 20% de ocupação.


Antes de o Plano Estratégico de Referência para a Formação de Professores da Educação Básica começar a ser feito, em julho deste ano, a PUC já vinha fazendo mudanças drásticas nas licenciaturas. Segundo dom Mol, turmas foram fechadas por causa da baixa demanda. Letras, por exemplo, não é mais ofertado nos câmpus São Gabriel e Betim, assim como letras/espanhol, que foi extinto do câmpus Coração Eucarístico. O curso de matemática foi fechado na PUC Betim, e geografia, em Contagem. “Infelizmente, o magistério, a docência, essa vocação transformada em profissão é extremamente desvalorizada. Tem uma remuneração aquém daquilo que o professor necessita para ser bom e um cidadão digno dentro da sociedade”, analisou o reitor. Para ele, o olhar da sociedade mudou nos últimos anos: “A cultura agora é técnico-científica e acabou sendo hegemônica, sufocando o outro viés”.


Em abril deste ano, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.796, que fez mudanças na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). E a medida que mais vai impactar na demanda de professores é a obrigatoriedade de que, a partir de 2016, as crianças sejam matriculadas na educação básica aos 4 anos e terminem aos 17. São mais quatro anos na escola. “O país vai precisar de ainda mais professores, na educação infantil e no ensino fundamental. As duas pontas serão ampliadas, mas é preciso oferecer formação efetivamente sólida, senão será mais do mesmo”, afirmou o professor de política educacional Carlos Roberto Jamil Cury.


Causas

Ele analisa que esse desgaste nas licenciaturas tem causas remotas e recentes. “Já se sabe da ausência de uma formação sólida do professor, da falta de planos de carreira no sistema de ensino dos estados e municípios, que gerem expectativas de avanço, de subida, e, finalmente, os salários são muito reduzidos.” Para o especialista, houve uma expansão das instituições de ensino superior que, para obter maiores lucros, diminuíram a oferta das licenciaturas e a formação. “Isso gera uma baixa atratividade e desânimo por parte dos futuros docentes.” Por outro lado, segundo ele, existem licenciados no país em número suficiente para preencher as vagas no sistema de ensino. “Mas eles não se fazem docentes”, afirmou.


Segundo Newton de Souza, diretor do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG), a estimativa é de que o número de alunos de licenciatura em todo o país tenha caído cerca de 60% nos últimos seis anos. Para ele, isso deve à desvalorização da carreira. “O professor hoje é totalmente desvalorizado. Entre os fatores que o levam a querer deixar a profissão estão violência, seja na escola pública ou particular, desinteresse dos alunos e até exploração do trabalho. Hoje, o professor precisa ficar conectado com o aluno até nos fins de semana. Isso além do baixo salário”, afirmou.


Programa Federal


Em agosto, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou que o governo federal está fazendo um plano nos moldes do programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde, para atrair professores para as regiões mais carentes do país.

O Programa Nacional de Professores Visitantes da Educação Básica visa a atingir principalmente as áreas mais debilitadas, como matemática, física, química e inglês.



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