Existem
duas formas de ler essa notícia: a primeira é para fazer críticas negativas e
suar os dados para atingir o governo. A segunda é usar as informações para
espalhar para o maior número de pessoas para que possamos procurar soluções
para melhorar a educação nesse país.
Gostaria
de ouvir sua opinião ao final desse artigo. O que achou desse índice global que
avalia a eficácia da educação no mundo? E o que achou da posição do Brasil no
mesmo?
Para quem
gosta de dados educacionais, uma boa e uma má notícia. A boa: a Pearson,
empresa especializada em soluções educacionais, lançou a The Learning Curve,
plataforma que reúne uma série de dados educacionais internacionais com o
objetivo de ajudar o setor público e a iniciativa privada a tomarem decisões.
As informações, colhidas com o apoio da divisão de pesquisas da The Economist, são apresentadas por meio de um site,
lançado hoje. Lá, é possível conferir um relatório consolidado do estudo, dados
sobre quanto cada país tem se dedicado à educação, casos bem sucedidos –
inclusive uma brasileira – e análises de especialistas. Além disso, os
estudiosos propõe ainda um novo índice global capaz de medir a eficácia
educacional dos países analisados.
Bom, agora
a má notícia: nesse índice, chamado de Z-Score (pontuação Z, em livre
tradução), o Brasil ficou em penúltimo lugar. Essa nova proposta de indicador
global, que compara o desempenho de 39 países e de Hong Kong, se baseia nas
notas do Pisa (Programa Internacional de Avaliação dos Alunos) e no cruzamento
de outros dados estatísticos, como o valor investido em educação por cada país
e os resultados colhidos. “É claro que a colocação do Brasil é muito ruim, mas
o fato de o país ter dados confiáveis e comparáveis internacionalmente já é
algo positivo”, diz Mekler Nunes, diretor superintendente de Educação Básica da
Pearson. A título de curiosidade, as três primeiras posições não chegam a
surpreender: elas são ocupadas por Finlândia, Coreia do Sul e Japão.
Conhecendo a plataforma
Por enquanto, a plataforma está disponível apenas
em inglês, mas há a expectativa de que ela seja traduzida em breve. O relatório
final em português, no entanto, será disponibilizado nos próximos dias. Assim
que isso ocorrer, ele será anexado a essa matéria. O documento consolida as informações coletadas
durante as pesquisas. Entre os tópicos que estão presentes no texto, há a
qualidade do ensino e dicas para gestores públicos.
Além do report, é possível acessar a opção Data Bank (banco de dados, em livre tradução),
que dá acesso a uma lista que apresenta dados educacionais dos países
pesquisados, de 1990 (para aqueles que já tiveram dados coletados nesse ano)
até 2011. Entre as mais de 30 informações disponíveis para análise estão as
despesas públicas com a educação, salários mínimo e máximo dos professores e a
idade de admissão na fase pré-primária dos alunos.
Outras ferramentas – disponíveis na opção Data Visualization Tools
(ferramentas de visualização de dados) – possibilitam uma nova visão sobre esse
conjunto de dados. O Heat Map (mapa de calor), por exemplo, funciona da
seguinte maneira: um mapa mundi é apresentado na tela com uma linha do tempo
acima; ao arrastá-la, as cores verdes ficarão mais fortes ou mais fracas sobre
os países na medida em que o país melhora ou piora suas políticas de educação.
No Brasil, a cor branca só começa a aparecer no final dos anos 90 e, a partir
de 2005, o mapa começa a apresentar a cor verde, coincidindo com a consolidação
das políticas educacionais brasileiras.
Além de conferir estatísticas boas e ruins, o
usuário terá acesso a alguns textos sobre grandes iniciativas educacionais que
deram certo, como a cidade de Nova Orleans, nos EUA, que precisou reconstruir
todo seus sistema de ensino depois do furacão Katrina (confira matéria do Porvir
sobre o assunto). Entre os projetos de sucesso também temos um do Brasil,
representado pelas Escolas do Amanhã,
no Rio de Janeiro, que lutou contra a violência para dar continuidade ao
processo de aprendizagem. Esses textos podem ser encontrados através do botão Case Studies (estudos de caso).
Para que se faça uma comparação ainda mais profunda
entre os países, basta acessar a opção Country Profiles (perfis dos países). Dentro dele,
haverá um mapa. Ao escolher um país, o usuário poderá ter acesso a informações
como índices de desenvolvimento humano, número de homicídios por 100 mil
pessoas e até número de professores por aluno. No Brasil, por exemplo, no
ensino fundamental 1 são mais de 22 alunos por professor – a título de
comparação, essa taxa é de 11,25 em Portugal; 12,03 no Catar; 20,92 na Coreia
do Sul; 23,01 no Chile; 36,03 na Nigéria; e 40,20 na Índia.
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