O EPISÓDIO ENVOLVENDO O JOGADOR E O FLAMENGO DIZ MUITO SOBRE COMO OS ATLETAS ADMINISTRAM A SUA IMAGEM.
Os sites e jornais esportivos não cansam de falar da saída de Ronaldinho Gaúcho do Flamengo. Polêmicas à parte, o episódio mostra um exemplo de má gestão de carreira por parte do jogador. É claro que ele não é o único. Basta ver o número de jogadores que depois de viverem dias de glória, terminam na miséria.
“O que Ronaldinho Gaúcho fez é um exemplo de má administração de carreira”, afirma Patricia Dalpra, especialista em gestão de imagem e carreira. Para ela, além de ter tido um rendimento muito baixo no Flamengo, R10 teve um comportamento nada profissional, por faltar nos treinos, desrespeitar a diretoria, se envolver em brigas com a torcida e sair da forma como saiu do clube.
O que atleta perde com isso? Para Patrícia Dalpra, muito. E o mais preocupante é que ele não está sozinho. Muitos atletas em atividade hoje em dia são péssimos gestores de suas carreiras. Não percebem que a imagem pessoal pode valer muito mais que o próprio contrato com um grande clube. “Os atletas precisam administrar a vida profissional sabendo que a carreira é curta e que é preciso pensar no futuro”, afirma.
Pensar no futuro, entenda-se, é saber que depois de parar de jogar, será necessário ter outra fonte de renda e isto só será possível se o atleta tiver uma imagem valiosa. Que empresa patrocinaria ou gostaria de ver sua marca atrelada a um jogador problema?
Mas há jogadores que administram bem a carreira? Para Patrícia Dalpra, o ex-jogador e hoje dirigente Leonardo é um exemplo. “Além de ter feito uma boa carreira, ele conseguiu administrar bem o pós-carreira e traçar o seu futuro com competência”, diz.
E Neymar, o atual queridinho do Brasil? “Ele tem um enorme carisma e é uma marca valiosa, mas ainda precisa definir melhor as suas próprias características. Hoje ele está ligado tanto a produtos de alto luxo como a produtos de baixo valor, o que não é bom”, afirma Patricia.
A boa administração da imagem e da carreira está diretamente ligada ao apoio familiar dos atletas. Sair de uma vida muito simples e passar a ganhar um salário suficiente para comprar carro importado e apartamento de frente para o mar exige um alto grau de maturidade. O problema é que esta maturidade muitas vezes não existe, até porque os atletas começam a enriquecer cada vez mais cedo. E a família também não tem estrutura para dar suporte ao atleta. Neste quesito, o craque do Santos é um bom exemplo. “O seu pai, Neymar, se cercou de uma equipe competente para gerir a carreira de filho.
PARA NÃO PERDER O BRILHO
Manter a imagem intacta, sem arranhões é para poucos, especialmente no mundo do esporte, onde o atleta é cobrado pelo que faz dentro e fora do campo, das quadras ou das pistas.
Mas o que fazer e o que não fazer para manter a boa imagem? Eis as dicas da especialista em imagem Patrícia Dalpra:
1. Saiba que o atleta é mais do que o que faz dentro do campo.
2. Tenha em mente que a carreira tem um prazo muito curto e que é preciso pensar no futuro. Potencialize o atleta de hoje para que ele garanta a carreira amanhã.
3. Crie desde cedo uma rede de relacionamento, faça network com colegas, dirigentes, empresários e jornalistas.
4. Consolide a sua marca própria. Descubra qual é o seu potencial. Se você tem carisma, como Ronaldo Fenômeno, explore isso. Mas se for um cara mais família, como Kaká, saiba como usar isso a seu favor.
5. Não deixe de lado a questão financeira. Entregue a administração das finanças a quem realmente entende do assunto e não a um parente próximo.
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