O estado do RN está em greve, mas será essa a melhor forma de negociar?
Obs. Ao final desse texto, você será capaz de pensar criticamente sobre a questão da greve na educação no Estado do Rio Grande do Norte. Esse texto reflete a visão do seu autor, Bruno Coriolano, que não espera que todos concordem com o mesmo ponto de vista.
Nos últimos meses no brasil (eu grafo assim mesmo, com letra pequena) não se fala em outra coisa se não na repercussão do vídeo da professora Amanda Gurgel. A reação ao seu depoimento logo repercutiu nacionalmente por motivos óbvios: o que se joga na rede mundial de computadores logo vira notícia instantânea.
Que a educação nesse país é uma verdadeira porcaria (para não dizer M!@#), ninguém que tenha sua “base intelectual” na escola pública tem dúvidas. É verdade, isso que os alunos recebem durante suas horas de aulas nas escolas do governo desse país não prepara o alunado nem para o futuro e não serve para nada além de amputar a sua criatividade. Os alunos não se sentem motivados por não estudarem nada que tenha praticidade; eles não conseguem entender onde e quando irão colocar em prática os conteúdos ultrapassados, vistos entre quatro paredes quentes e muitas vezes despedaçadas.
A educação do estado do Rio Pequeno do Norte está parada. Que pena! mas somente agora descobriram isso? Não. A educação, não apenas nesse estado, mas no país todo já está em ruinas há anos. São décadas de descaso. Não estamos falando apenas de salário, mas de estrutura; incentivo e reconhecimento.
A professora mobilizou o país, mostrou o próprio contracheque e praticamente representou muitos profissionais da mesma situação. Até ai, tudo bem. Mas o que me chocou foi o fato que desencadeou, a meu ver, uma distorção do sentido de uma mobilização popular.
Os grevistas estão seguindo, mais uma vez, na contramão. É incrível como eles não conseguem enxergar o caminho mais eficaz. Eu faria tudo bem diferente, pois da forma que está; do modelo que estamos seguindo, não iremos alcançar, não somente hoje, mas nunca, o objetivo final: uma educação de melhor qualidade e forma de trabalho digno.
O problema não nasceu ontem ou há dois meses. A educação nacional é problema desde o seu embrião. Hoje ainda bem que se faz concurso, quando se faz, para contratar professor com pelo menos a graduação em nível superior para exercer o cargo. Tempos atrás os advogados eram professores, os Agentes de Serviços Gerais-ASGs eram professores, ganhavam a vida tapeando os alunos de forma que nada tinha qualidade. Qualquer um era professor. Isso desqualificou e deixou a profissão marginalizada, sem prestigio.
Temos que levantar a bandeira da educação de forma correta. Não acredito que sair às ruas pedindo aumento salarial vá resolver o problema. Essa forma é velha e está ultrapassada. Temos que fazer greve por qualidade de trabalho: condições melhores para trabalhar. Precisamos de escola equipadas e de profissionais preparados para o exercício da sua profissão, não de desordem. A meu ver quem perde mesmo com a greve é o alunado. Os mesmo não poderão prestar vestibular, assumir vagas em concursos públicos que exigem o Ensino Médio completo, por exemplo.
Sou a favor de uma paralização nacional, mas para que seja aprovada uma lei onde os filhos e netos de políticos eleitos com o voto popular tenham suas matriculas efetivadas em escolas e universidades públicas. Essa ideia não é minha, mas eu a abraço como se fosse. Acredito que se levantássemos esse debate poderíamos sonhar com escolas de qualidade. Teríamos mais investimento em todos os sentidos e ai sim, teríamos uma escola de qualidade.
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