SOBRE O BLOGUEIRO

Sou um Beatlemaniaco. Tudo começa assim... Fiquei reprovado duas vezes no Mobral, mas nunca desisti. Hoje, sou doutor em Parapsicologia formado na mesma turma do Padre Quevedo; sou antropólogo e sociólogo formado, com honra, em cursos por correspondência pelo Instituto Universal Brasileiro. Em minha vasta carreira acadêmica também frequentei até o nono ano de Medicina Cibernética, Letras Explosivas, Química da Pesada, Direito Irregularmente torto e assisti a quase todas as aulas do Telecurso 2000 repetidas vezes até desistir de vez. Minha maior descoberta foi uma fábrica secreta de cogumelos venenosos comestíveis no meio da Amazônia Boreal. Já tive duas bandas de Rock que nunca tocaram uma música se quer. Comi duas vezes, quando criança, caspas gigantes da China pensando que era merda amarela. Depois de tudo isso, tornei-me blogueiro. Se eu posso, você pode também. Sou um homem de muita opinião e isso desagrada muita gente. Os temas postados aqui objetivam enfurecer um bom número de cidadãos.

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Crônica da semana.

Crônicas do dia-a-dia: A vida em apartamento.

Bem, tudo começa assim: Eu acordo com o toque do meu despertador, aquela criatura cruel e aterrorizante. Depois de algum tempo tentando convencer meu corpo de que não dá mais para esperar cinco minutos, me levanto e começo a ensaiar minhas primeiras investidas embaixo do chuveiro.

Ai meu interfone toca com o primeiro vizinho já de mau humor tentando procurar um culpado para as mazelas de sua vida. Pergunta se o carro que está tampando o dele é o meu; prontamente respondo que não e ele se dá por satisfeito e começa a fazer a mesma coisa com os outros moradores.

É assim todos os dias, mas às vezes se torna mais interessante mesmo sendo uma situação desconfortável. Algumas noites, você chega a casa e não encontra local para estacionar seu veiculo no condomínio em que mora, aquele local onde todo dia surge uma nova figura desavisada e chega estacionando em qualquer lugar sem nem perguntar se já tem dono.

Existe cada figura! Só pra você ter uma ideia, tem o sonhador, estilo “Dom Quixote”, aquele cara que vai resolver os problemas do mundo, mas logo na primeira dificuldade se toca de que não vai obter sucesso, vai ser chamado de maluco e logo ele se toca de que acabou de se mudar e não vai pegar bem chegar reclamando de tudo.

Tem o “Don Juan de Marco”, aquele cara que bate na sua porta às quatro horas da madruga, primeiro perguntando se o carro é seu e depois exigindo que tire imediatamente do meio, pois ele precisa voltar pra casa porque sua mulher deve estar acordada ainda se perguntando a razão dele, o marido, ainda não ter chegado. Obviamente, no meio do caminho ele já vai pensando em uma desculpa. Pois é, pode ser que seu marido esteja dormindo ao lado do meu apartamento e de formicação com minha vizinha barulhenta.

Nesses condomínios você encontra de tudo. Tem até as figuras mitológicas. Tem o todo poderoso “Hercules” que diz que vai tirar o carro do meio sozinho e com as próprias mãos. Parece-me tarefa difícil, pois diferente dos doze trabalhos, esse conta com o carro desligado, travado e na primeira marcha. Realmente essa parece uma tarefa bem difícil. Essa, nem Zeus!

Não é tão difícil dá de cara com um “Sherlock Holmes”, aquele sujeito que te olha de cima a baixo e fica com a mão no queixo perguntando tudo sobre sua vida, julgando-se seu amigo de longa data. Já pensou que sujeito chato? Se toca, cara!

Mesmo vivendo situações onde tudo parece ser embaraçoso e perturbador, temos que tirar proveito delas às vezes. Outro dia quando cheguei ao meu apartamento, a vizinha do sete, estava toda rocha e suada porque tinha passado a noite gladiando contra o filho adolescente bêbado, que já tinha revelado todos os segredos da mãe pro resto do prédio inteiro e dos outros da vizinhança também. Desde aquele dia pra cá, ela me cumprimenta sempre fitando o chão. Pobre criatura, todos nós pensávamos que ela saia para ir à igreja. O diabo é crente e a cachaça é santa e um verdadeiro liquido revelador.

Pois é, viver em grupo tem dessas coisas e não tem como fugir. Você acaba conhecendo todo mundo e tendo de encarar todas essas pedreiras. Queria eu ser rico para poder comprar uma casa no meio do nada e morar isolado desse povo. Talvez eu tivesse um pouco de paz. Mas pensando bem, acho que iria sentir falta dessas figuras. Na verdade, meu medo é me deparar com alguns Rambos, He-man, She-há, os Smurfs e Gargamel...

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