SOBRE O BLOGUEIRO

Sou um Beatlemaniaco. Tudo começa assim... Fiquei reprovado duas vezes no Mobral, mas nunca desisti. Hoje, sou doutor em Parapsicologia formado na mesma turma do Padre Quevedo; sou antropólogo e sociólogo formado, com honra, em cursos por correspondência pelo Instituto Universal Brasileiro. Em minha vasta carreira acadêmica também frequentei até o nono ano de Medicina Cibernética, Letras Explosivas, Química da Pesada, Direito Irregularmente torto e assisti a quase todas as aulas do Telecurso 2000 repetidas vezes até desistir de vez. Minha maior descoberta foi uma fábrica secreta de cogumelos venenosos comestíveis no meio da Amazônia Boreal. Já tive duas bandas de Rock que nunca tocaram uma música se quer. Comi duas vezes, quando criança, caspas gigantes da China pensando que era merda amarela. Depois de tudo isso, tornei-me blogueiro. Se eu posso, você pode também. Sou um homem de muita opinião e isso desagrada muita gente. Os temas postados aqui objetivam enfurecer um bom número de cidadãos.

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CRÔNICA: A PENA CONTRA O TEMPO.

{Imagem oriunda de algum site tenebroso}


Etevaldo está nesse momento sozinho em sua casa, local sagrado para esse homem simples que apenas deseja desfrutar de alguns momentos de puro lazer. Depois de um longo dia no seu trabalho chato, Etevaldo, que é chamado de ET pelos seus colegas de escritório, é o típico cidadão comum. Não existe registro algum de uma única discussão em que ele tenha feito parte.

Etevaldo senta ao seu computador e começar a ensaiar as primeiras tecladas rumo a mais uma das suas estórias. Difícil imaginar que um ser tão pacato é capaz de escrever tão perfeitamente. Isso mesmo, o Etevaldo é escritor, e dos bons. Outro dia ele recebeu um premio por um conto que fez para um periódico muito bem conceituado. Trata-se da “esmola literária”, uma revista muito bem conhecida em Porto Alegre. Grandes escritores como Luís Fernando Verissimo nunca nem foram nomeados para tal honraria.  

Eu sei que ganhar a vida sendo escritor é muito penoso, por isso esse desbravador do mundo literário já namorou várias vezes com a ideia de abandonar tudo e passar dias, talvez meses, só escrevendo. Muitos iriam dizer que isso não passaria de uma loucura; coisa insana, mas a vida não é alicerçada sobe os sonhos? Ser escritor em tempo integral é o grande desejo do Etevaldo.

Escritor não pode ter outro oficio, se assim acontecer, sua escrita sai defeituosa. Não dá para pensar e trabalhar ao mesmo tempo. A inspiração não ganha forma; as ideias fogem e nunca mais voltam. Eu sei muito bem do que estou falando, o Etevaldo sempre me dizia essas coisas. “o escritor é um criador que deve focar na sua obra em tempo integral, mesmo que o mundo esteja para acabar”, dizia ele.

Enquanto Etevaldo se distrai na sua escrita, o sol já mostra seus primeiros raios escaldantes. Já são quase seis horas da manhã e o Etevaldo ainda nem pregou o olho, mas dormir para que se em menos de uma hora ele já deve estar no trabalho?

Pois é... Mais um dia chato no escritório do Doutor Marianaldo, um ser irritante que sempre insiste em pegar no pé do Etevaldo. O dia passa penosamente. Horas que parecem dias...

Logo a noite chega mais uma vez e o escritor revelasse, mais cansando é verdade, mas nunca cabisbaixo ou desmotivado. Escrever é preciso, dormir; não.

É sempre assim, de manhã trabalho, à noite; escrever. Nós podemos lamentar que o Etevaldo não pode ter um pouco mais de liberdade para poder trabalhar os seus manuscritos já esboçados. Nessa vida que ele leva, não vai demorar muito para que o cansaço vença o desejo de publicar um grande livro. Podemos afirmar que o Etevaldo não passa de um zumbi que foi enterrado vivo no nosso cotidiano. Se houvesse como colocar em um livro essa sua história, provavelmente o melhor título seria “a pena contra o tempo”.


Por Bruno Coriolano

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