Que a vida é feita de escolhas, todos nós sabemos. São diversos caminhos e temos o livre-arbítrio de escolher qual ou quais deles seguir. Alguns pensamentos podem até parecerem absurdos, mas merecem nossa atenção.
Alguns sentimentos e atitudes acompanham o homem desde sempre. As necessidades fazem com que os povos passem por adequações e/ou adaptações. Na sociedade européia dos séculos XV e XVI as pessoas eram banqueiros, comerciantes, artesãos, contadores. Já não dependiam de nenhuma forma dos senhores feudais. Mas viviam em concorrência direta uns contra os outros. Naquele novo tipo de sociedade, onde o dinheiro se tornava cada vez mais importante e quem não aprendesse a cuidar de si mesmo não teria vida longa.
Esse modo de vida não poderia gerar outra coisa que não a competição e estimular o individualismo. Mas quando utilizamos tal palavra, devemos lembrar que dois significados são possíveis: o individualismo egoísta e pode ser também o individualismo que dá importância à liberdade de cada ser humano sem que isso prejudique os outros.
Não dá para mostrar aqui uma verdade absoluta, pois o mundo coexiste com uma porção de opiniões diferentes e, portanto não podemos apontar o dono de um pensamento correto e fechado. O que me chama a atenção são as idéias de dois nomes que ficarão escritos na história. O primeiro seria o filosofo escocês Adam Smith (a riqueza das nações). Seu raciocínio era simples: quando alguém procura o melhor para si, a sociedade toda é beneficiada. Vejamos um exemplo: se uma cozinheira prepara uma refeição maravilhosa existem dois motivos para isso. Ela poderia estar tentando agradar a seu patrão ou pensando no seu salário no final do mês. Se ela escolher a segunda opção, seu individualismo será benéfico para ela mesma e para seu patrão. Concluímos que os capitalistas só pensam em seus lucros, mas para isso precisam vender produtos bons e baratos, o que, no fim é ótimo para os seus consumidores.
O segundo pensador se escondia num cenário entre a luz e a sombra da política. Estou falando de Nicolau Maquiavel. Sua linguagem é mais cruel do que a do anterior e por isso lhe rendeu certo rótulo que muitas vezes podem deixar sua visão marginalizada ou distorcida em uma primeira leitura de sua obra.
O principal trabalho de Maquiavel foi o príncipe. Em sua obra, podemos notar que ele não estava interessado em arquitetar governos justos, mas imaginários. Preferia ver as coisas como elas são. Por isso sua conclusão é cruel: “o objetivo supremo do governo é perpetua-se no poder, não importando os meios para atingir esse fim”. Partindo desse pensamento, considerações sobre justiça e moral não têm vez, então é importante para o príncipe aprender a ser mau. A bondade não tem vez em um ambiente calcado na maldade. É como se ele estivesse dizendo que não poderia fazer nada, já que as coisas são assim. O egoísmo e individualismo, dependendo do ponto de vista, são úteis para a sociedade.
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