Se você perguntar para qualquer aluno do Ensino Médio ou Fundamental o que ele quer ser quando crescer, muito provavelmente não ouvirá PROFESSOR como resposta. Até mesmo se fizer a mesma pergunta para estudantes universitários de licenciaturas, ouvirá a mesma resposta. Mas a que se deve tamanha falta de interesse por essa profissão. Bem, todos têm suas razões; seus motivos. Claro que respeitamos, mas primeiramente temos que pensar que hoje em dia, nós temos mais acesso às informações mais rapidamente. Certamente, não precisamos de professores o tempo todo.
Hoje não precisamos do professor da mesma forma que precisávamos anos atrás. A maior prova disso é que se quisermos aprender uma língua estrangeira, podemos fazer isso apenas com um pouco de motivação e fazendo uso da internet. Existem inúmeros sites especializados em aprendizagem de línguas. Indo mais adiante, hoje temos até cursos de graduação e pós-graduação a distancia. Deixemos de lado a qualidade desses e passemos ao foco do tópico.
Diante da necessidade do mercado de trabalho, nós podemos constatar que o profissional tem seu valor mediado pela qualificação recebida durante seu período de preparo para exercer sua profissão. Mais ainda, o profissional ganha devido a quantidade. Se tivermos muitos professores no mercado, então é lógico que se pague menos.
Existe solução para isso? Não. Parece uma resposta simples, curta e carregada de um tom negativo, mas é melhor eu ser honesto e realista do que mentiroso e sonhador. Se chegamos até essa situação, é porque não podemos mais reverter esse quadro. O governo federal até tenta “tampar o sol com uma peneira”, mas isso não resolve problema algum. Com a ampliação dos Institutos Federais, tivemos a abertura de portas para profissionais de outras áreas, não apenas licenciaturas. O que vemos são muitos “ex-engenheiros”, literalmente, se arriscando na educação. Motivados pelo que? Dinheiro. Na maioria das vezes, mas nem sempre, eles não têm o conhecimento didático-pedagógico para o ensino de qualidade que o governo quer, se é que quer!
Não estou atacando nenhuma profissão, mas para expor meu ponto de vista, preciso de exemplos fortes. A justificativa para a criação de escolas técnicas é para preparar os alunos para o mercado de trabalho de forma mais rápida. Então, surgiu a necessidade de investir no Ensino Médio. Longe de não ser algo positivo, mas com isso os profissionais de outras áreas como a engenharia precisavam se interessar pela docência. Qual foi a solução encontrada pelo governo? Isso mesmo, atrair tais profissionais fisgando-os pelo bolso. Dinheiro, palavra mágica que pode mudar qualquer um.
Mas por que o professor ganha tão pouco? Porque uma profissão precisa ser marginalizada para que as outras sejam mais respeitadas. É a lógica do capitalismo. Outra razão: existe um número muito grande de “profissionais” nessa área e isso o torna fácil de ser encontrado. Mais além, existe a condição que chamo de “estar professor”, o que isso quer dizer? São pessoas que dão aulas para completar suas rendas, mas não estudaram para tanto. Terminando deixando uma perguntinha no ar: será que esses profissionais que são professores, teriam escolhido essa profissão quando estavam em suas universidades de Direito, Engenharia, Enfermagem, Ciências Econômicas...?
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